A LUTA CONTRA A HOMOFOBIA É UMA LUTA DO CONJUNTO DA CLASSE TRABALHADORA

O dia 28 de junho relembra a Rebelião de Stonewall, um dia em que lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais se colocaram em movimento contra a opressão imposta por um Estado a serviço de manter e ampliar a opressão.

Stonewall era mais do que um bar, era um lugar de refúgio nos EUA, onde, como em vários outros países, a homossexualidade era considera crime. Esse lugar que era um espaço para que lésbicas, gays, travestis, transexuais pudessem viver sua afetividade, se transformou também num lugar de resistência e luta.

Na noite de 28 de junho de 1969, a revolta contra a violência policial se colocou em movimento, as pessoas que frequentavam Stonewall enfrentaram a repressão do Estado em manifestações que se seguiram por vários dias na cidade, reunindo multidões.

Esse dia, foi um momento muito importante da luta contra homofobia, contra um Estado e um sistema que se aproveita da opressão para impor mais exploração contra o conjunto de nossa classe.

Desde então, fruto da luta, avanços foram garantidos, mas há muito ainda o que lutar. A homossexualidade só foi retirada da lista de doenças pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1990 e em vários países, ainda é considerada um crime, com penas que vão desde multas, prisões à pena de morte.

No Brasil, recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a homofobia é crime, a união civil de casais homoafetivos acontece desde 2011, a Parada Gay no Brasil é uma das maiores do mundo, mas o preconceito patrocinado por um Estado que hoje tem no governo um homofóbico declarado faz com que a violência e mortes contra LGBT’s continue.

Bolsonaro já disse que prefere ter um filho morto a ter um filho homossexual, é o mesmo machista e homofóbico que disse que turistas podem vir ao Brasil fazer sexo com mulheres, mas que o país não pode se transformar num país do turismo gay.

O Capital se aproveita dessa opressão para manter e aprofundar a desigualdade e, também se aproveita da luta de resistência para mercantilizar as datas que marcam essa resistência e contra isso é preciso que a luta avance cada vez mais para uma luta da classe trabalhadora.

Pois mulheres, negros, LGBT’s que pertencem à classe trabalhadora são as principais vítimas da violência do Capital e seu Estado, são as mulheres, os negros, LGBT’s pobres e trabalhadores que mais sofrem com a violência estatal nas ruas, são esses que recebem os menores salários, são esses que mais sofrem com a ausência de políticas públicas que protejam sua saúde e suas vidas.

Portanto a luta contra a homofobia deve ser uma luta de classe. Lutar pelo fim do preconceito é uma luta daqueles que são explorados no dia a dia dessa sociedade dividida em classes.

Lutar contra o que foi imposto por uma sociedade dividida em classes, que tenta impor como aberração, o afeto de seres humanos do mesmo sexo, é lutar pela plenitude do ser. Lutar pelo direito de ser diferente daquilo que nos foi imposto e contra toda a forma de opressão e exploração é uma luta da classe trabalhadora.

É assim que vamos contribuir para uma outra e nova sociedade, onde o fruto do trabalho será socializado por quem produz, onde o afeto não seja crime, onde ser diferente, não signifique ser desigual.