TRABALHADORES NOS CORREIOS: A LUTA TAMBÉM SEGUE PARA ALÉM DA CAMPANHA SALARIAL

O governo Temer/PMDB tenta avançar contra os direitos do conjunto da classe trabalhadora. O governo do PT além de manter os ataques aos direitos dos trabalhadores de governos anteriores também aplicou outras medidas contra a classe trabalhadora e no caso dos trabalhadores nos Correios um dos principais exemplos foi a imposição do acordo bianual em 2010, impondo mais arrocho salarial, e os ataques ao plano de saúde iniciados em 2013.

E nesse ano o governo Temer além de ampliar o arrocho salarial, tentou retirar direitos duramente conquistados pelos trabalhadores: o governo queria diminuir os vales alimentação, e acabar com os vales extra e vale cultura, reduzir o auxílio creche, flexibilizar a jornada com a imposição do banco de horas, retirar os pais do plano de saúde entre outros ataques.

Mas a revolta dos trabalhadores se colocou em movimento, as assembleias que decidiram pela greve foram massivas, demonstração de que a categoria estava se preparando para uma grande greve nacional e foi isso que fez com que o governo recuasse.

Mesmo tendo recuado dessas propostas, o governo de Temer, através da direção da ECT, apresentou uma proposta que aumenta o arrocho salarial dos trabalhadores nos Correios e tenta transformar em aumento salarial o que já é um direito dos carteiros, ou seja, a incorporação da GIP aos salários.

Para o conjunto dos trabalhadores nos Correios a proposta foi de 6% de reajuste no salário base e 3% sobre o salário de fevereiro de 2017, ou seja, nem as perdas acumuladas durante o ano foram pagas integralmente.

Novamente as direções dos Sindicatos ligados a CUT e CTB recuam: o recuo do governo em relação aos ataques aos direitos na Convenção Coletiva de Trabalho demonstrou a força da mobilização da categoria, mas infelizmente novamente os sindicatos filiados à CUT e a CTB que agora dizem estar novamente na luta depois de verem seu governo cair, recuaram da greve.

A greve nacional enraizada em cada local de trabalho avançaria contra a proposta de arrocho do governo e foi isso que os Sindicatos organizados na Intersindical- Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora defenderam. Mas novamente nos lugares de maior concentração de trabalhadores nos Correios como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, as direções dos sindicatos dessas regiões definiram rapidamente encaminhar a aprovação da proposta do governo.

Nós da Intersindical ao levarmos a proposta para avaliação da assembleia, mostramos que não há nenhuma concessão aos trabalhadores, mas sim o pagamento nos salários do que já é devido, ou seja a incorporação da GIP. Mostramos também que a proposta para o conjunto da categoria não garante a integralidade das perdas salariais e não avança em reivindicações fundamentais como concurso público e segurança nas unidades. Além disso, mostramos que para avançar era necessária uma greve nacional, o que não iria acontecer novamente pelo recuo dos pelegos da CUT e da CTB.

Para nós a aprovação da proposta nas assembleias não acaba com a mobilização, temos que ampliá-la, porque mesmo que tenhamos conseguido a garantia que nenhuma mudança no plano de saúde pode acontecer sem a aprovação dos trabalhadores em assembleia, vamos ter que lutar muito para impedir a pretensão do governo que segue em piorar o plano de saúde.

Essa é a síntese da avaliação dos Sindicatos que se organizam na Intersindical e para avançar em nossa luta é preciso cada vez mais enraizar nossa ação em cada local de trabalho e ampliar nosso processo de organização das Oposições Sindicais nas regiões em que ainda os sindicatos estão sob a direção daqueles que há muito tempo optaram em ser parceiros dos patrões e dos governos.

A luta é com o conjunto da classe trabalhadora: o governo segue com seu projeto de privatização também dos Correios, pois mesmo que não use essa palavra o projeto se coloca em prática com a ampliação da terceirização em todos os setores da ECT. A terceirização é a forma travestida de privatizar e entregar para as empresas privadas, os serviços hoje ainda públicos, que podem se tornar rentáveis para o Capital.

E vai além disso: a proposta do governo é desmontar a Previdência, aumentar a idade para aposentadoria, atacar direitos trabalhistas, aumentando a jornada de trabalho e diminuindo os salários e direitos básicos como 13ͦ, férias, FGTS.

Por tudo isso nossa luta continua em cada local de trabalho e juntos à nossa classe, esse é o compromisso dos Sindicatos dos Trabalhadores nos Correios que se organizam na Intersindical.

JUNTOS E FIRMES CONSTRUIR OS PASSOS NECESSÁRIOS PARA A GREVE GERAL, PARA QUE NENHUM DIREITO SEJA A MENOS E PARA AVANÇAR RUMO A NOVAS CONQUISTAS.