Desde o final de semana passado no litoral sul de São Paulo, na cidade do Guarujá mais uma ação promovida pelo braço armado do Estado, aterroriza a população trabalhadora, atingindo principalmente a juventude negra e os mais pobres.
Com o argumento de combater o crime organizado, a Polícia Militar do estado de São Paulo promoveu uma chacina para vingar a morte de um soldado da Rota ocorrida em 28 de julho.
São muitas as denúncias que chegaram à Ouvidoria da Polícia Militar e à Comissão de Direitos Humanos que relatam o terror provocado pela repressão do Estado que ao invadir as comunidades da periferia do Guarujá dizia que ao menos 60 pessoas morreriam. Há relatos de tortura, o medo se espalhou entre mulheres e homens trabalhadores, crianças e idosos que temem sair de casa correndo o risco iminente de serem assassinados.
O atual governador de São Paulo, cria do genocida Bolsonaro, Tarcísio de Freitas/Republicanos classificou a ação da Polícia como “exemplar’, com a falsa e hipócrita alegação de que as mortes aconteceram porque houve confronto entre traficantes e agentes da repressão, mas o relato da população que mora nos bairros em que houve as mortes mostram que o que aconteceu foi invasão, tortura e assassinato por parte da Polícia.
Na Bahia mais mortes: na Bahia governada há muito tempo pelo Partido dos Trabalhadores (PT), o Ministério Público está investigando as operações da Polícia Militar que deixaram ao menos19 mortos desde a sexta-feira, 28/06. O Estado da Bahia é líder em número absoluto de óbitos pela polícia. Segundo dados oficiais compilados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 1.464 pessoas foram mortas em confronto com a polícia baiana no ano passado.
Somando as mortes pela polícia da Bahia, sob o governo de Jerônimo Rodrigues (PT) e as mortes pela Polícia Militar de São Paulo sob o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) são mais de 40. Isso não é combate à traficantes ou ao crime organizado, é chacina que dizima a vida principalmente daqueles que são alvos preferenciais da repressão do Estado: negros e pobres.
A ação da Polícia Militar consentida pelos governos de plantão banaliza a vida da classe trabalhadora e de seus filhos: impõe pelo monopólio do uso da força pelo Estado a pena de morte que não existe no país, mas que é consentida através da impunidade contra os crimes cometidos pela repressão oficial e oficiosa do Estado.
É PRECISO DIZER NÃO A BANALIZAÇÃO DA VIDA, É PRECISO EXIGIR A PUNIÇÃO AOS ASSASSINOS E O FIM DO MASSACRE PROMOVIDO PELO BRAÇO ARMADO DO ESTADO:
O braço armado do Estado se esconde através da propaganda oficial de combate ao crime para impor o medo como condição de sobrevivência a quem tem no peito o alvo da bala que mata a partir de nossa cor e de nossa classe.
Contra isso é preciso mais do que indignação, é preciso ocupar as ruas como acontece em vários lugares do mundo contra a repressão imposta pelo Estado.
Lutar contra as ações do Estado do Capital que opera para garantir a esse sistema as condições de ampliar a exploração através de muita repressão e alienação deve ser uma luta do conjunto da classe trabalhadora.