NÃO É NORMAL, NÃO É NATURAL: ESTUPRO É CRIME

Nas últimas semanas a imprensa e os espaços das redes sociais estão repletos de notícias e comentários sobre a condenação que recebeu o jogador de futebol Robinho e sobre a punição contra a jogadora de vôlei Carol Solberg.

Os fatos relacionados a cada um são completamente antagônicos: o jogador de futebol cometeu um crime. Na Itália em 2013 numa boate junto à alguns amigos cometeu o crime de estupro contra uma mulher e tenta responsabilizar a vítima que sofreu a violência e o movimento feminista por sua condenação. A jogadora de vôlei usou sua voz após o final de uma partida para gritar “Fora Bolsonaro”, num país em que mais de 150 mil pessoas morreram e mais de 5 milhões estão contaminadas pelo novo coronavírus por conta da política genocida do governo. 

A jogadora de vôlei foi punida com advertência por seu grito, mas o jogador apoiador de Bolsonaro só teve por enquanto seu contrato suspenso com o clube de futebol Santos. Tanto o jogador como a jogadora são pessoas que atuam nos esportes e têm visibilidade na mídia, essa não é a realidade da maioria da população trabalhadora.

Enquanto as mídias virtuais e a grande imprensa repercutem ambos os casos, milhares de mulheres pobres seguem sendo vítimas de violência sexual, das clínicas clandestinas de aborto, morrem vítimas da política do governo Bolsonaro que tenta acabar de vez com os serviços públicos.

Essas mulheres seguem sendo silenciadas, quase escondidas num país em que o governo federal tenta naturalizar o machismo, a homofobia e o racismo.

Portanto muito além de exigir rigor na apuração do crime envolvendo o jogador e se colocar contra a censura imposta à jogadora é preciso fortalecer a luta contra a violência, o femínicidio, o aumento da desigualdade que coloca milhares de mulheres trabalhadoras na mira da morte.

Uma luta que é da classe trabalhadora, de mulheres e homens trabalhadores para romper com o machismo imposto e tão útil ao capitalismo. Essa é a essência da verdadeira luta feminista, lutar por um mundo onde ser diferente não signifique ser desigual, lutar por um mundo onde não haja opressão e exploração.