Cuidado e respeito é o mínimo que se deve aos mais velhos

Flávio Migliaccio se foi no dia 04 de maio, deixando uma carta que revela a dor sentida por muitos e mais ainda, por aqueles que para esse governo genocida já deveriam estar mortos.

Bolsonaro desde o início da pandemia dizia que “apenas” alguns iriam morrer e que seriam “só os mais velhos”, seu novo ministro da saúde, antes mesmo de assumir o ministério já tinha declarado sua posição baseada nos interesses das empresas privadas da saúde de que os idosos não são prioridade para o atendimento de urgência. 

A dor de Migliaccio vem desse desrespeito aos mais velhos, mas vai além, é a dor de quem com sua arte resistiu e combateu um dos períodos mais sombrios no país, a ditadura militar que é defendida por esse governo genocida. A dor em ver a cultura ser atacada por um bando de alienados que tentar impor sua ideologia para adestrar essa e as futuras gerações. 

Os 85 anos de Migliaccio não foram em vão, como também não foi em vão a vida de tantos dos nossos que morreram lutando contra a ditadura militar, como não é vã a vida de tantos nossos que estão no auge de seus 70, 80, mais de 90 anos que sobreviveram à ditadura e que seguem com firmeza e coerência na luta de nossa classe.

A vida de nossa classe importa, dos idosos aos jovens, dos trabalhadores e trabalhadoras e de nossos filhos e ela só vai ser repeitada em nossa luta que combata a bestialidade e os ataques desse governo que está a serviço dos interesses capitalistas.

Pela trajetória de Aldir Blanc, Flavio Migliaccio e de outros artistas que se foram nos últimos dias, vários vitimas do novo coronavírus, eles se sentiriam ultrajados de serem homenageadas pela pseudo secretária de Cultura, Regina Duarte, que está junto ao coro bestial desse governo genocida.

Transformar a dor com a perda de tantos de nossa classe conhecidos e desconhecidos em força, transformar nosso ódio a esse sistema de morte em motor para fortalecer a luta em defesa da vida da classe trabalhadora. Aqui está uma das principais tarefas desse momento.