Por SISMMAC – Nov/2013
A Grécia vive nesta quarta-feira (6) sua quinta greve geral do ano contra as medidas de austeridade adotadas pelo governo de Antonis Samaras. As paralisações, protestos e ações de rua são a saída encontrada pelos trabalhadores gregos para enfrentar os cortes de direitos trabalhistas, suspensão dos acordos coletivos, a demissão ou mudança forçada de servidores e a privatização de empresas públicas. Frente ao ataque sistemático a sua condição de vida e sobrevivência, a classe trabalhadora grega mostra que a luta é o único caminho para manter direitos e avançar em novas conquistas.
Os trabalhadores gregos – assim como os espanhóis, portugueses, italianos – têm sofrido as consequências da crise de 2009 até os dias de hoje. As empresas demitiram em massa e reduziram salários e direitos. O Estado também cumpriu seu papel e, para auxiliar os empresários em crise, transformou a dívida privada dessas empresas em dívida pública e agora obriga, sistematicamente, a classe trabalhadora a pagar uma conta que não é dela.
Para recuperar o dinheiro público que foi investido nas empresas em crise, os governos europeus têm realizado uma série de reformas trabalhistas e da previdência, que retiram direitos através de ações como o aumento da idade para aposentadoria, suspensão do auxílio desemprego, corte de aposentadorias e pensões. Além de privatizar empresas públicas e promover grandes cortes orçamentários em setores essenciais para a população, como a saúde e a educação.
Com essas medidas, os governos empurram todos os prejuízos da crise para as camadas mais empobrecidas, enquanto as empresas e seus proprietários saem praticamente ilesos. Um estudo divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em junho deste ano mostra que, entre 2010 e 2011, o número de pessoas consideradas pobres cresceu em 14 das 26 economias ditas desenvolvidas, incluindo EUA, França, Espanha e Dinamarca.
A recuperação da economia é feita às custas do aumento da miséria e da exploração dos trabalhadores. Esse mesmo estudo da OIT também mostrou que enquanto o lucro das empresas dos países que compõem G20 aumentou 3,4% entre 2007 e 2012, os salários subiram apenas 2,2%.