MATAM TRABALHADORES E CRIANÇAS

E o Estado tenta reduzir simplesmente em aumento da criminalidade.

Desde outubro a dura realidade de quem mora na periferia e na região metropolitana de São Paulo tem ganhado os noticiários, porque os números oficiais de assassinatos aumentaram de maneira significativa.

Os meios de comunicação tentam ser os porta-vozes do Estado, simplifica e justifica as chacinas e execuções bem ao gosto dos esquadrões da morte, como uma ação das facções do crime organizado, uma guerra entre bandidos e a policia militar que o governo tenta transformar nos “mocinhos” como se assistíssemos a um faroeste urbano.

A maioria que está morrendo são trabalhadores, jovens e crianças. Não tinham nada a ver com o crime, não tinham nada a ver com a Polícia, essa que se acha no direito de matar quem está desarmado, imobilizado e sem nenhuma chance de defesa.

Nos matam através das péssimas condições de trabalho, nos matam na pobreza extrema e nos matam por morarmos nos lugares mais distantes, mais precários, onde existe pouco ou nada do que se pode chamar de serviços públicos como saúde, educação saneamento e segurança.

Mais do que denunciar é preciso no cotidiano das nossas lutas exigir punição à omissão e à conivência do Estado.

Lutar para não permitir que os que se escondem atrás dos uniformes oficiais, se achem detentores do direito à vida da população trabalhadora.

Não permitir que esses jovens, crianças e trabalhadores se transformem apenas em números esquecidos da memória coletiva.