Destruição natural, mais destruição social: novamente são os trabalhadores que vivem a tragédia. O momento é de solidariedade e luta

Em 2010 o mundo olhou para o Haiti e muitos conseguiram enxergar além do estrago provocado pelo terremoto, o estrago provocado pela exploração e pela miséria a que são submetidos há tanto tempo a grande maioria da população haitiana.

Olhar o Brasil na época de janeiro é também olhar para os estragos que a cada ano se espalham por várias regiões do país quando a chuva cai intensa. Exemplos dos últimos anos, em 2009 Santa Catarina, em 2010 já o sudeste, em 2011 o estrago em Minas Gerais, São Paulo e principalmente na região serrana do Rio de Janeiro, que provocou mais de 700 mortes e deixou crianças sozinhas, mulheres e homens trabalhadores sem filhos, sem casa, sem nada. Mas enxergar é ver que quem mais sofre com essas tragédias são os trabalhadores.

O Estado através dos governos federal, estadual e dos municípios, juntos a sua imprensa acusam a população trabalhadora de serem responsáveis pelas ocupações irregulares. Fazem isso nesses momentos, pois durante todo ano conforme relato dos sobreviventes cobram todos os impostos e as tarifas públicas das moradias que acusam serem irregulares e não garantem um programa de moradias dignas aos trabalhadores.

Na tragédia do Rio parece que só a burguesia que invadiu áreas de proteção ambiental tem nome. Quando as grandes emissoras como a rede Globo divulgavam o número de mortos, só falavam os nomes dos poucos da burguesia que morreram: familiares do Presidente da Federação da Indústria tal, da estilista tal, do empresário tal, ou seja, para eles quem tem capital, tem nome. Aos trabalhadores resta a grande lista que aponta o número de mortos.

A principal ação do governo federal foi a liberação para o saque do FGTS e a antecipação do pagamento do Bolsa Família. Novamente a resposta é fazer com que os trabalhadores paguem pelo estrago causado pela ausência de políticas públicas. Ou seja, o Estado que deveria se responsabilizar pela construção de moradia digna e segura aos trabalhadores , além de garantir indenização a população trabalhadora que perdeu o pouco que tinha, o que fez foi liberar recursos que são direitos dos trabalhadores. Para o capital a permissão da especulação imobiliária.

A falta de condições dignas e seguras de moradia para a população trabalhadora é uma realidade em todos os cantos desse país que as pessoas olham, mas só enxergam quando tragédias como essa que assolam a região sudeste do país acontecem.

Nesse momento o fundamental é garantir abrigo, comida e cuidado para os sobreviventes, mas até aí a ação do Estado ataca os trabalhadores. A solidariedade que chega é paralisada nos espaços burocráticos, centralizadores e dirigidos do Estado, ou seja, chegam água, alimento e roupa, mas está bem difícil chegar aos muitos que de fato precisam.

Por isso a Intersindical além de iniciar uma campanha de solidariedade ativa aos companheiros que precisam de nossa ajuda imediata, também se somará as mobilizações necessárias que exijam o direito a moradia , indenização aos que perderam tudo e políticas públicas que garantam os serviços básicos a população trabalhadora e também a exigência de isenção de pagamento do IPTU, água, energia e demais tarifas públicas. Contra toda forma de ação do Estado e do Capital que tem como objetivo criminalizar e impedir a luta por teto, trabalho e direitos.

Não vamos nos submeter à burocracia do Estado que não agiliza e dirige as doações. Portanto estamos orientando nossos Sindicatos, Oposições e Coletivos a arrecadar os materiais que estão na lista abaixo, ou então depositarem dinheiro na conta corrente também disponibilizada aqui, para que nossos companheiros da Intersindical no Rio possam levar a ajuda fundamental diretamente aos nossos irmãos e irmãs de classe.

O que mais é mais necessário nesse momento:

Água mineral

  • Leite em caixa tipo longa vida
  • Alimentos que não precisam de cozimento, ou seja, alimentos pronto para o consumo e enlatados.
  • Produtos de higiene pessoal: sabonete, creme dental, escova de dentes, shampoo, fraldas descartáveis, absorvente intimo.
  • Para o envio do que for arrecadado a orientação é cada estado se organize para ver a forma mais pratica e ágil de chegar tanto ao Rio como também em outras regiões do País onde os trabalhadores passam pelas mesmas dificuldades

Para depósito em dinheiro

Conta Corrente do Sindicato do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário do Rio de Janeiro: Banco Itaú, agência 6002, conta corrente: 01371-9.