PEDRO CASALDÁLIGA, PRESENTE, AGORA E SEMPRE

Antes de padre e bispo, um ser humano que rompeu a cercas das nações e dedicou sua vida à luta por um mundo sem opressão e exploração. 

No final da década de 60, Pedro Casaldáliga sai da Espanha e chegando ao Brasil, se instala em São Félix do Araguaia/MT e lá abraça a causa dos indígenas, dos camponeses, enfrenta o latifúndio e a ditadura militar financiada pela burguesia. Não foram raros os momentos em que também enfrentou com determinação o Vaticano não abrindo mão de colocar em prática seu compromisso com a luta dos explorados e oprimidos. 

Foi ameaçado de mortes por diversas vezes por aqueles que querem dizimar os indígenas invadindo as reservas para transformá-las em campo privado para grilagem e o agronegócio e que hoje contam com o apoio escancarado do governo genocida de Bolsonaro.

Pedro Casaldáliga escreveu poemas, manifestos, livros que eram o relato de sua prática na luta concreta dos trabalhadores, é por isso que sua fé tinha relação orgânica com a vida e a luta dos trabalhadores.

“O capitalismo é um pecado capital. O socialismo pode ser uma virtude cardeal, somos irmãs e irmãos e a terra é para todos, e, como repetia Jesus de Nazaré, não se pode servir a dois senhores, e esse outro senhor é precisamente o Capital.”

“Malditas sejam todas as cercas! Malditas todas as propriedades privadas que nos privam de viver e amar”

Pedro Casaldáliga

Pedro morreu na manhã desse 8 de agosto, aos 92 anos, mesmo muito doente pelas consequências do mal de Parkinson e outros problemas respiratórios, se manteve junto a quem escolheu dedicar à vida, se manteve ao lado dos indígenas, dos pobres. De São Felix do Araguaia estava junto a todos que lutam por uma nova sociedade.

Pedro seguirá presente em nossa luta contra esse governo da morte de Bolsonaro que desdenha das 100 mil mortes provocadas por sua ação genocida, seguirá presente em nossa luta contra o Capital e seus capachos no Estado, uma luta por uma outra sociedade, sem explorados e sem exploradores.