PRIVATIZAÇÃO É ISSO: PRIVAR A POPULAÇÃO TRABALHADORA A ACESSO A ÁGUA, LUZ, SANEAMENTO

No início de novembro um temporal no estado de São Paulo causou inundações, queda de centenas de árvores e deixou mais de dois milhões de pessoas sem luz.

Quase duas semanas depois, milhares de pessoas continuavam sem luz na cidade de São Paulo, tiveram alimentos de suas casas estragados, escolas e creches ficaram sem luz por dias e a periferia da cidade é que mais sofreu, ou seja, onde está concentrada grande parte da classe trabalhadora.

A Eletropaulo levada para privatização em 1998 foi a leilão e desde 2018 é a Enel a empresa responsável pelo fornecimento de energia na capital e em várias cidades do interior do estado de São Paulo, desde então aumentou seus lucros demitindo em massa, reduzindo direitos e privando a população dos serviços básicos de energia.

Levantamento feito por centros de pesquisa constataram que a falta de energia nos bairros da periferia é até oito vezes mais frequentes do que na região do centro da cidade e isso acontece frequentemente independente de dias de temporais.

Antes da privatização eram mais de 23 mil trabalhadores na Eletropaulo, agora são aproximadamente 15 mil e a grande maioria está contratada por empresas terceirizadas, enquanto isso a Enel empresa italiana dobrou seus lucros.

É isso que significa a privatização: para os capitalistas mais lucros, para os trabalhadores; demissões, redução de salários e direitos e a piora do atendimento a serviços básicos como luz, água, saneamento.

Dias se passaram depois do temporal do início de novembro e era possível ver no pátio da Enel vários equipamentos que poderiam estar nas ruas para garantir o restabelecimento da energia, não saíram para as ruas pela redução de mais de 36% do quadro de trabalhadores provocado pelas demissões.

O apagão em São Paulo que deixou milhões sem luz acontece num período em que o governo do estado de Tarcísio de Freitas, capacho de Bolsonaro tenta privatizar a SABESP e avançar na privatização do Metrô.

As linhas já privatizadas do metrô são as que mais apresentam problemas, com paradas frequentes e acontecem nos locais de maior concentração de trabalhadores que precisam do transporte, é isso que significa a privatização: para as empresas mais lucros, para os trabalhadores a piora do acesso ao transporte.

Nos lugares em que aconteceu a privatização seja no Brasil ou em outros países dos serviços de abastecimento de água e saneamento a vida da população trabalhadora piorou escassez e água suja, falta de tratamento de esgoto, aumento das doenças e das tarifas.

A greve dos/as trabalhadores/as na SABESP, no Metrô e trens de São Paulo que ocorreu no mês de outubro foi fundamental para escancarar que as privatizações só servem para entregar para as empresas privadas o que é publico e pode se tornar mercadoria rentável para o Capital. A greve e o apagão de novembro mostraram as consequências das privatizações, também mostrou que cada vez mais cresce a revolta contra as investidas dos governos de plantão que atacam a classe trabalhadora.

Por tudo isso é necessário seguir fortalecendo a luta contra as privatizações, a terceirização, as parecerias públicas  privadas e afins que têm o mesmo objetivo: entregar para o Capital os serviços públicos essenciais à classe trabalhadora.