NÃO É COMBATE AO CRIME, É ASSASSINATO PELAS BALAS QUE NÃO ESTÃO PERDIDAS, TEM ALVO: OS TRABALHADORES E SEUS FILHOS

No dia 12 de agosto, Eloah da Silva dos Santos, de 5 anos morreu baleada enquanto brincava no quarto de sua casa, na Ilha do Governador. A bala que atingiu o peito de Eloah veio da repressão armada do Estado que tenta justificar o injustificável: dizem que é mais uma bala perdida no combate ao crime, quando na realidade é ação do Estado que dizima a vida de jovens, crianças e seus pais que têm no peito um alvo a partir de sua cor e de sua classe social.

A morte de mais essa criança aconteceu quando a Polícia Militar do Rio de Janeiro tentava acabar com uma manifestação dos moradores da comunidade onde Eloah morava, a manifestação era um protesto contra mais um assassinado de um jovem de 17 anos na comunidade.

Uma semana antes, no dia 07 de agosto mais uma bala perdida da Polícia, que de perdida nada tem matou um garoto de 13 anos, Thiago Flausino na comunidade Cidade de Deus no Rio de Janeiro. 

Os familiares de Thiago Menezes Flausino afirmam que ele foi executado quando já estava caído no chão, e que policiais adulteraram a filmagem que mostra o momento. Já são três versões diferentes que a Polícia Militar dá para tentar esconder que novamente a repressão do Estado matou um adolescente negro numa comunidade pobre. Só no ano de 2023, 16 crianças foram baleadas por conta da ação policial no Rio de Janeiro, dessas ao menos sete morreram.

Mais do que hipocrisia, é crime cometido pelo braço armado do Estado:  ao tentar justificar a matança que faz nas comunidades da periferia dizendo que as mortes se justificam porque estavam combatendo criminosos o braço armado do Estado segue matando e impune. No Brasil não há pena de morte, quem deve alguma coisa, quem cometeu algum crime deve ser julgado e não assassinado, mas seja no Rio de Janeiro, como em todas as regiões do país o que impera é em maior ou menor proporção a execução, o assassinato cometido pelos braços do Estado. 

Trabalhadores e seus filhos jovens e crianças seguem sendo assassinados e o alvo preferencial da bala do Estado atinge principalmente nossa classe pela sua cor.

Contra essa matança que segue impune é preciso lutar contra as ações do Capital e seu Estado que se mantém na exata medida que amplia a exploração, a opressão  contra o conjunto da classe trabalhadora: É preciso combater tanto as ações dos governos de plantão nas cidades e estados, como no Rio de Janeiro de Cláudio Castro/PL que coloca a Polícia para matar, como também a inércia do governo federal de Lula/PT que fala muito sobre combater o racismo e a violência policial, mas que até agora não apresentou nenhuma ação prática para punir os assassinos que se escondem em suas fardas.

Para enfrentar a matança e a impunidade, a luta é do conjunto da classe trabalhadora