É assim: quando a classe trabalhadora se junta e se coloca em movimento não tem repressão do Estado que contenha a luta. Foi isso que se viu no dia 29 de maio de 2021, centenas de milhares de trabalhadores e jovens foram às ruas protestar contra o genocida governo de Bolsonaro.
O ainda presidente não gostou do que viu, pois na rua se materializou a desaprovação ao seu governo muito além das pesquisas. Como é um ser que desdenha das mais de 460 mil vidas arrancadas e cultua a ignorância, tentou tapar o que o mundo inteiro viu: a indignação contra seu governo se colocando em movimento.
Bolsonaro é um saudoso da ditadura militar que prendeu, torturou e matou muitos que lutavam por melhores condições de vida e trabalho, ele e seus filhos têm relações orgânicas com policiais e com as milícias que têm seu nascedouro na corrupção e nos esquadrões da morte montados já nos porões da ditadura.
A polícia adestrada para matar pobres, reprimir as greves, ocupações e manifestações de rua tem mais do que admiração por esse governo genocida, e tentou mostrar isso na repressão contra o ato realizado no dia 29 de maio em Recife/PE.
A polícia atirou balas de borracha para tentar impedir ao avanço da multidão que marchava firme num legítimo ato contra esse governo da morte. Por conta da repressão dois trabalhadores perderam a visão de um dos olhos, um trabalhador de 51 anos que buscava material para trabalhar e um jovem de 29 anos que voltava do mercado levando comida para casa.
Não importa o fato que eles não estavam na manifestação, se estivessem estariam exercendo seu legitimo direito de lutar, o que importa é exigir punição de todos os policiais e do comando da ação que arrancou a visão desses trabalhadores e feriu outras dezenas que participavam do ato. O governo do PSB/PCdoB afastou os policiais que estavam na ação, mas só isso não basta, é preciso punir com rigor aqueles que querem imitar seus colegas de repressão que no Chile e na Colômbia arrancaram olhos e vidas de centenas que nas ruas lutavam contra os mesmos ataques que enfrentamos aqui.
Polícia adestrada para matar trabalhadores, pobres e negros: na véspera dos atos, a polícia do PSDB em São Paulo, matou um trabalhador nos Correios, Ademir Santana de Souza de 40 anos foi morto a tiros, um deles no peito quando retornava do seu trabalho. Seu crime? Ser negro e trabalhador. Ninguém acredita na versão dada por policiais que dizem que atiraram em legítima defesa alegando que o trabalhador estava armado com uma faca. Ademir trabalhava a mais de 20 anos nos Correios, era uma pessoa amiga e depois de anos de trabalho sofreu problemas de saúde nos joelhos de tanto peso carregado. Até agora nenhuma ação por parte do Estado para punir mais esse crime contra um trabalhador.
Logo após o ato do dia 29, em Goiânia/GO um professor de história e militante do PT foi agredido e detido por policiais, seu crime? Denunciar que o governo é genocida. Os policiais que agrediram o professor mostraram também seu deboche em relação a pandemia, sem máscara durante todo o tempo em que tentaram sem sucesso retirar do carro do professor o adesivo de protesto. Até agora só o afastamento do policial que comandava a ação.
Esse é o aparato armado do Estado que ao ter um governo genocida se sente cada vez mais livre para reprimir e matar a nossa classe, mas não nos calarão e nem conseguirão conter a nossa indignação que está novamente dando os passos firmes de luta organizada.
Por todos os nossos que tiveram as vidas arrancadas, por essa geração e pelos que virão, firmes avançaremos na luta contra o Capital e seu Estado, lutar contra esse sistema da morte é lutar em defesa da vida.