A direção da Ford, montadora de veículos americana anunciou no dia 11 de janeiro que encerrará suas atividades no Brasil, o que significa a demissão de milhares de trabalhadores, além dos mais de 5 mil trabalhadores efetivos na empresa em suas plantas de São Paulo, Bahia e Ceará serão mais milhares de trabalhadores nas empresas terceirizadas ligadas diretamente à montadora que também serão demitidos.
A Ford encerrou suas atividades em São Bernardo do Campo/SP em 2019 demitindo mais de 5 mil trabalhadores entre efetivos e trabalhadores nas empresas terceirizadas, antes disso foram vários acordos realizados com a direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em que salários foram reduzidos, direitos da Convenção Coletiva foram eliminados sempre com a promessa da “ manutenção do nível de empregos’. Em 1998 a empresa demitiu mais de 2 mil trabalhadores ao mesmo tempo em que abriu o caminho para ampliação desses acordos que além de não garantir emprego, atacaram direitos e salários.
A Ford ao demitir no estado de São Paulo foi atrás de outros lugares em que muito além da farta isenção fiscal concedidas pelos governos estaduais como no caso da Bahia procurava explorar ainda mais os trabalhadores, ou seja, desde que se instalou no Brasil há mais de um século a Ford à exemplo de outras empresas escancara como funciona o Capital: a empresa não está fechando suas portas, depois de muitos anos de lucro no Brasil garantido às custas da exploração contra os trabalhadores, agora a empresa desloca sua produção para outros lugares buscando mais lucros.
Os patrões não estão nenhum pouco preocupados em jogar no olho da rua milhares de trabalhadores que se somarão aos milhões de desempregados hoje no Brasil que estão ou na mira do vírus ou da fome. São mais de 200 mil mortes no Brasil em decorrência da COVID 19 por conta da política genocida do governo Bolsonaro e mais de 60 milhões de trabalhadores que serão colocados na miséria com o fim do auxílio emergencial, mas seja para a FORD, como para qualquer empresa isso pouco importa, a vida dos trabalhadores só interessa para que seja sugada ao máximo sua força de trabalho no objetivo de obter mais lucros.
Para enfrentar o brutal ataque dos patrões que têm ao seu lado os governos de plantão, como o genocida governo Bolsonaro é preciso o fortalecimento da luta geral da classe trabalhadora é só assim que vamos impedir as demissões, o aumento do arrocho salarial e o extermínio dos direitos. Isso se faz na unidade de ação para luta nos locais de trabalho, de moradia e nas ruas, não nos acordos em que os patrões seguem ganhando arrancando empregos e direitos dos trabalhadores, não nos gabinetes dos parlamentares e dos governos que hipocritamente dizem lamentar as demissões, quando na verdade estão junto com os patrões nos ataques à classe trabalhadora.