Bolsonaro odeia tudo que existe fruto da luta e da resistência: direitos, formação voltada para que o ser humano conheça sua própria história, por isso Bolsonaro odeia a arte, a cultura, pois são instrumentos capazes de potencializar o conhecimento e o combate à ignorância que impera nesse governo
O vídeo do ex-secretário de Cultura Roberto Alvin, além de repetir frases do mentor da propaganda nazista de Adolf Hitler, Joseph Goebbels, mostra mais do que uma interpretação medíocre do diretor de teatro, mostra a defesa da ideologia nazista que começou queimando livros, para depois destruir obras de artes, perseguir artistas, assassinar milhões de seres humanos que foram condenados a morte por terem sido eleitos inimigos pelo governo Hitler, assim foram assassinados trabalhadores comunistas, homossexuais, judeus.
O nazismo existiu, não foi uma invenção da esquerda, foi criado pela extrema direita na Alemanha e por muito tempo foi consentido pela burguesia para aniquilar as lutas da classe trabalhadora principalmente na Europa por melhores condições de vida e trabalho. A propaganda nazista defendia “uma arte nacional’, para combater tudo que não convinha ao governo, para tentar anestesiar a consciência da população, enquanto o nazismo levava para os campos de concentração e para morte milhões de seres humanos.
Pouco antes da divulgação do vídeo asqueroso,o agora ex-secretário da Cultura participou junto com Bolsonaro de uma “live” nas redes sociais para divulgação de um novo edital para cinema em que só serão aceitos projetos que estejam de acordo com o que defende o governo. Bolsonaro não só elogiava seu secretário como o chamava para “a batalha” na Cultura.
De que batalha Bolsonaro se refere? O governo quer acabar com tudo que possa provocar a reflexão e potencializar a indignação, Bolsonaro já disse que quer eliminar na Educação, disciplinas como História e Filosofia, e por que? Porque são disciplinas que possibilitam ver a realidade para além de suas notícias falsas disseminadas nas redes sociais, e na Cultura quer exterminar tudo que possa provocar o pensamento crítico.
Filmes produzidos por artistas brasileiros têm sido censurados através de cortes de financiamento público, cartazes de filmes nacionais foram retirados da ANCINE porque não agradam o governo, atrizes que, no teatro, enfrentaram a ditadura militar como Fernanda Montenegro foram esculhambadas pelo secretário de Cultura, Chico Buarque, compositor, cantor e escritor venceu o Prêmio Camões, e Bolsonaro até agora se recusa a assinar o diploma da premiação; Chico Buarque junto a milhares lutou contra a ditadura militar que tanto Bolsonaro defende, e suas músicas são parte da memória de nossa história e luta.
A batalha que o governo pretende fazer na Cultura é uma Cruzada contra tudo que seja uma ameaça ao seu objetivo de impor sua política machista, homofóbica, sexista, racista e, fundamentalmente, sua política de extermínio de direitos, é por isso seu ódio à Cultura pois ela pode ser instrumento que potencializa a inquietação, por isso tanto ódio às Organizações dos trabalhadores, pois são elas que podem colocar a inquietação em movimento.
Contra a ignorância e os ataques desse governo útil à burguesia, nossa resposta cada vez mais deve ser a luta que ocupe as ruas desse país, com a força da nossa história, com a beleza de nossa arte.