JUIZ NO RIO DE JANEIRO É CÚMPLICE DA HOMOFOBIA E DA CENSURA

No dia 08 de janeiro, um desembargador do Rio de Janeiro, Benedicto Abicair, se juntou à hipocrisia e ao preconceito potencializados pelo governo Bolsonaro para determinar a suspensão da exibição do especial de natal do programa de humor Porta dos Fundos.

Esse é o mesmo juiz que em 2018 tentou absolver Bolsonaro das acusações de homofobia e racismo, quando o deputado federal, hoje presidente, disse que seus filhos não seriam homossexuais porque “foram bem educados” e chegou a dizer, quando foi questionado sobre o que faria se seus filhos namorassem uma mulher negra, “que não iria discutir promiscuidade”.

Na época esse juiz, para tentar defender sua posição que foi derrotada, disse que  Bolsonaro não podia ser censurado em “seu direito de manifestação” e agora, o mesmo juiz tenta censurar um especial de humor que incomodou os hipócritas de plantão que não se indignam com a fome que assola milhares, com a violência sexual contra meninas e meninos inclusive praticada por aqueles que se dizem  defensores dos valores cristãos.

No final de 2019, o local onde fica a produtora do Porta dos Fundos foi atacado, o integralista Eduardo Fauzi, responsável pelo ataque, fugiu do país sem nenhuma dificuldade e segue fazendo vídeos defendendo sua ação, inclusive comemorando a decisão desse desembargador.

O desemprego, o fim de direitos, a miséria, a violência estatal não causam indignação aos hipócritas, ao contrário: a balbúrdia em relação ao especial de natal do Porta dos Fundos é tão somente  porque mostram um Jesus gay, ou seja, para os hipócritas de plantão, heresia não é a fome, não é a violência estatal que mata crianças e jovens nas periferias, não é a política de um governo que quer exterminar direitos e vidas, heresia para esses covardes, é amar independente das imposições que tentam nos dividir a partir do gênero.

A sentença do desembargador já foi derrubada, por decisão do presidente do STF, mas é preciso mais: derrubar a hipocrisia dos covardes que se escoram no ódio desse governo, e isso se faz na luta do conjunto da classe trabalhadora que sofre com o preconceito, a fome e a retirada de direitos.