O procurador do Ministério Público do Pará, Ricardo Albuquerque da Silva, é mais um exemplo dos seres covardes que por muito tempo ficaram escondidos à espera de um governo repugnante, como o de Jair Bolsonaro, para destilar seu preconceito contra a quem mais sofre a opressão.
Numa palestra realizada numa faculdade privada em Belém, esse procurador tentou justificar a escravidão dos negros no Brasil, classificando os indígenas como vagabundos, ao afirmar que os negros só foram trazidos da África para cá, porque “o índio não gosta de trabalhar”.
Além de cometer um atentado contra a história real no Brasil, que é marcada pelo genocídio contra os indígenas que lutaram contra a colonização imposta por Portugal, ao tentar reduzir a escravidão que torturou, matou e submeteu seres humanos a partir de sua cor, esse procurador estimula o que tanto o governo Bolsonaro quer: passar por cima de direitos básicos dos povos indígenas que seguem sendo assassinados por lutarem exigindo respeito a demarcação de terras, a sua cultura e sua autodeterminação.
Na mesma semana da fala repugnante desse procurador, Bolsonaro, num evento em Manaus, atacou novamente a demarcação das terras indígenas e defendeu que elas sejam usadas pelo garimpo e por empresas multinacionais. Bolsonaro para justificar sua política de entrega da Amazônia para o capital, desrespeita a autodeterminação dos povos indígenas, os classificando como “homens pré-históricos”, sua fala em que diz defender que os índios deveriam fazer o mesmo que o fazendeiro faz, inclusive garimpar, é mais uma demonstração da devassa que pretende fazer na Amazônia, dizimando as reservas indígenas, acabando com a frágil fiscalização na área ambiental ao mesmo tempo em que avança em suas benesses para o agronegócio.
Só notas oficiais do Ministério Público do Pará condenando a falar do procurador não bastam, é preciso punição, só declarações indignadas não combaterão o preconceito e a violência a que são submetidos nossos irmãos indígenas e negros.
Denunciar e exigir punição é um dos passos importantes para enfrentar o preconceito potencializado nos espaços do Estado, mas o mais importante é unir à luta contra os ataques do governo Bolsonaro, a luta em defesa dos povos indígenas e a luta contra o preconceito que tenta aumentar a opressão e a exploração aos negros, pois é no movimento do conjunto da classe trabalhadora que vamos enfrentar a opressão e a exploração.