Mais um massacre aconteceu no EUA, estimulado pelo discurso de ódio do governo Donald Trump contra imigrantes. El Paso, no estado do Texas, faz fronteira com o México e tem uma grande concentração de hispânicos e descendentes de imigrantes; foi nessa cidade que, no último dia 03 de agosto, dezenas de pessoas foram assassinadas dentro do hipermercado Walmart. O jovem de 21 anos acusado pelo massacre, dias antes tinha publicado um manifesto combatendo a imigração.
Enquanto esse jovem branco que se alimentou do discurso de ódio de Trump e por conta da liberação escancarada do uso de armas nos EUA não teve dificuldade nenhuma para adquirir o armamento que matou dezenas de pessoas, crianças imigrantes estão trancafiadas em jaulas, seus pais e mães ou estão presos ou foram impedidos de entrar no país.
Num país em que imigrantes são tratados como seres inferiores e inimigos pelo presidente da República, num país em que ser negro é ser alvo da repressão estatal que define o ser humano a partir de sua cor, a liberação das armas é responsável pelas matanças em que os sucessivos governos mais do que cúmplices, são coniventes.
É isso que o governo Bolsonaro quer fazer no Brasil: sua proposta de liberação de armas em nada tem a ver com combate à violência e ao crime; sua proposta, a exemplo do governo Trump nos EUA, estimula a violência e a matança contra mulheres, negros, homossexuais, contra os pobres.
A postura servil de Bolsonaro ao governo Trump, mais do que as boçalidades de indicar o próprio filho para embaixada do Brasil nos EUA, mostra que o projeto desse governo é intensificar a repressão estatal contra os que lutam por dignidade, contra os que lutam contra as desigualdades produzidas por essa sociedade de classes.