Além de negros, mulheres, homossexuais, somos trabalhadores.
O dia 20 de novembro, não é dia de festa, ou simplesmente um feriado em várias cidades do Brasil, é um dia para marcar a luta contra o preconceito e a violência que marca até hoje, os nossos irmãos de classe, que são ainda mais atacados por sua cor.
Não basta ser negro, para saber o que é a opressão e a exploração. Quem sente isso na pele, é o negro, pobre e trabalhador. Sente mais ainda a mulher negra, pobre e trabalhadora. E sente mais ainda o jovem negro e pobre.
A luta contra a segregação que aparta seres humanos a partir de sua cor, não nasceu no capitalismo, mas foi nessa forma de organização da sociedade que os patrões e seus governos avançaram na violência contra homens, mulheres, jovens e crianças negros.
A luta contra a opressão e exploração não começou hoje e o dia 20 de novembro foi criado justamente para relembrar e fortalecer essa luta.
Zumbi, Dandara e todos os escravos que lutaram contra a escravidão e criaram o Quilombo de Palmares, mais do que serem lembrados nesse dia 20 de novembro, dia da consciência negra, seguem presentes em nossa luta contra o preconceito utilizado pelo Capital para aumentar ainda mais a exploração do conjunto de nossa classe.
Seguem em nossa luta, Martin Luther King um dos principais lutadores contra a segregação racial, que foi assassinado nos EUA, logo após estar junto aos trabalhadores da limpeza na cidade de Memphis/EUA, que estavam em greve exigindo seus direitos.
Segue em nossa luta, Rosa Parks, uma jovem negra costureira que foi presa nos EUA por se recusar a dar seu lugar no final do ônibus para um homem branco. Uma trabalhadora negra que lutou até o final da vida contra esse sistema de opressão e exploração.
Segue em nossa luta Malcom X, que também nos EUA teve na vida, as marcas do que é ser negro e pobre numa sociedade capitalista. Malcon também foi assassinado, lutando contra esse sistema que usa da segregação para manter e ampliar a exploração contra o conjunto dos trabalhadores.
Em março de 2018, no Brasil, Marielle Franco, mulher negra e vinda da favela da Maré no Rio de Janeiro, que também lutava contra a repressão do Estado contra as comunidades pobres, foi assassinada, junto com o motorista Anderson Gomes.
No dia das eleições em primeiro turno de 2018, Romualdo Rosário da Costa, o mestre Moa do Katende, foi assassinado com 12 facadas, por um apoiador de Bolsonaro na cidade de Salvador/BA.
Moa de 63 anos, negro, trabalhador, mestre de capoeira lutava por um mundo melhor para crianças e jovens. Mestre Moa se preocupava com as crianças e jovens que ensinava nas periferias de Salvador, sempre queria saber se estavam bem na escola e em casa.
E o futuro presidente do Brasil, Jair Bolsonaro em várias declarações, destilou seu preconceito ao dizer que para ele, negros não servem nem para procriadores.
Durante as eleições, candidatos a deputado no Rio de Janeiro que apoiam Bolsonaro, em mais uma demonstração de ódio e preconceito, quebraram uma placa fixada na cidade do Rio em que se homenageava a vereadora Marielle Franco.
E o futuro governo além de seu preconceito de classe contra os trabalhadores, negros, mulheres e homossexuais, já mostrou que seu objetivo maior é garantir ao Capital mais e melhores condições para ampliar a exploração contra os trabalhadores, tentando impor ao conjunto da classe trabalhadora a retirada de direitos, a manutenção do desemprego e da miséria.
LUTAR POR UMA SOCIEDADE ONDE SER DIFERENTE, NÃO SIGNIFIQUE SER DESIGUAL.
Contra todos esses ataques o caminho segue sendo a luta que não se iniciou e nem termina agora. Lutar contra os ataques do Capital e seus governos que tentam arrancar direitos básicos dos trabalhadores, resistir a esses ataques e lutar por uma outra sociedade onde ser diferente, não signifique ser desigual.