CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DOS QUE LUTAM

Os ataques dos patrões e de seus governos avançam contra o conjunto da nossa classe e os estudantes que são trabalhadores em formação também sentem duramente a retirada de direitos.

Para garantir as demandas do Capital, o governo Temer/MDB e a maioria do Congresso Nacional impuseram a reforma trabalhista dos patrões, o liberar geral a terceirização e o congelamento por 20 anos dos investimentos públicos que atingiram em cheio a saúde, educação e assistência social.

E para tentar impedir o avanço das lutas contra esses ataques, o Estado age para reprimir e criminalizar os que lutam. Recentemente, o Judiciário condenou 23 manifestantes a penas de 5 a 7 anos de prisão, simplesmente por terem participado das lutas contra o aumento das tarifas do transporte público no Rio de Janeiro, ou seja, essa a decisão absurda do Judiciário mostra o objetivo do Estado que é criminalizar o legítimo direito de manifestação, é criminalizar todos os que lutam.

Os estudantes que participaram das ocupações das escolas públicas contra a reforma do ensino médio que significava mais precarização das condições de trabalho e estudo, estão sendo condenados pelo Judiciário a pagar multas de quase R$30 mil. Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), os estudantes estão sendo processados desde 2015 por participarem da legítima mobilização contra o desmonte da universidade pública.

A luta dos estudantes se une a luta dos trabalhadores contra a precariedade das condições de trabalho e estudo que pioram a cada dia: em 2015, o governo retirou R$12 bilhões do Orçamento que iria para educação e a consequência disso foi o atraso nos pagamentos dos salários dos funcionários, cortes na assistência estudantil, piora das condições de trabalho e estudo. Já naquele momento, os estudantes decidiram ir à luta contra o aumento do preço do Restaurante Universitário (RU) e contra o corte de bolsas. Juntos com os professores e técnicos, os estudantes, que são trabalhadores em formação realizaram várias assembleias, greves e a ocupação do prédio da reitoria, pois a direção da universidade em todos os momentos mostrou que sua intenção era seguir à risca a decisão do governo de aprofundar o desmonte das universidades

A greve e a ocupação garantiram o congelamento do preço do Restaurante Universitário, mas as demais reivindicações que o reitor da época, Zaki Akel, disse que seriam garantidas, não foram e mais do que isso o reitor iniciou uma perseguição através de processo judicial contra os estudantes que foram à luta com acusações absurdas de danos ao patrimônio.

A ocupação foi um instrumento legítimo para pressionar a Reitoria que se recusava a se reunir para fugir das justas pautas dos trabalhadores e estudantes que tratavam de questões como falta de salas de aula, atrasos nas bolsas e falta de comida no RU. A reitoria chegou ao absurdo de dizer que a ocupação causou um prejuízo de 473 mil reais, quando na realidade, durante todo o movimento foi permitido a entradas de funcionários para garantir o repasse dos salários aos trabalhadores da Universidade, mas os responsáveis pela transação financeira de pagamentos foram orientados pela própria Reitoria a não realizarem os pagamentos.

O que acontece na UFPR hoje é mais um exemplo das ações do Estado para precarizar ainda mais os serviços públicos, buscando entregar para o Capital, tudo aquilo que pode se tornar mercadoria rentável, inclusive a educação.

Estamos juntos com os estudantes, sua luta também é nossa luta: Além de exigir que aconteça a reunião já solicitada à Advocacia Geral da União (AGU) para retirada de todas as acusações e processos, é no avanço da luta da classe trabalhadora que vamos enfrentar os ataques aos direitos e à livre organização do conjunto de nossa classe.