A LUTA CONTRA A SEGREGAÇÃO E A DISCRIMINAÇÃO É UMA LUTA DE CLASSES

A luta contra a segregação, que apartava seres humanos a partir de sua cor, não nasceu no Capitalismo, mas foi nessa forma de organização da sociedade que aqueles que detêm os meios de produção e controlam o Estado avançaram na violência contra homens, mulheres, jovens e crianças negros.

Há 50 anos, Martin Luther King era assassinado logo após estar junto aos trabalhadores da limpeza de Memphis/EUA, que estavam em greve exigindo seus direitos. Luther King, nessa época, era um dos principais lutadores contra a discriminação e a segregação impostas pelo Estado a serviço dos interesses da burguesia.

Antes dele, Rosa Parks, em 1955 na cidade de Montgomery/EUA, colocou sua revolta em movimento. Uma jovem negra costureira foi presa por se recusar a dar seu lugar no final do ônibus para um homem branco. Esse era um tempo em que mulheres e homens negros eram obrigados a sentar nos últimos bancos dos ônibus, não podiam usar os mesmos banheiros que pessoas brancas; eram tratados como seres não humanos.

Em1965, Malcolm X, um negro, pobre, trabalhador, uma das principais lideranças da luta contra a segregação nos EUA, é assassinado no bairro americano do Harlem. Uma luta que enfrenta a repressão do Estado e a forma de funcionamento dessa sociedade dividida em classes.

Em março de 2018, no Brasil, Marielle Franco, mulher negra e vinda da favela da Maré, que também lutava contra a repressão do Estado contra as comunidade pobres, é assassinada, junto com o motorista Anderson Gomes.

Além da cor, além de serem mulheres e homens negros, são pobres, são trabalhadores que se rebelam contra uma forma de sociedade que se utiliza da cor para naturalizar o apartamento de seres humanos e tentam, assim, esconder que seu real objetivo é a perpetuação de uma sociedade dividida em classes.

Os meios de comunicação do Capital farão homenagens nesse semana a Martin Luther King, farão um paralelo de sua luta com a luta de Marielle Franco, mas propositalmente não trarão à tona o motivo pelo qual esses companheiros, que são da nossa classe e não da burguesia,  foram assassinados.

Matam os nossos e tentam se apropriar dos corpos para perpetuar a exploração de nossa classe.

Martin, Malcolm, Marielle, Anderson e tantos nossos que têm nomes e ficam anônimos para o Estado foram assassinados, porque além de serem pretos e pretas, nessa sociedade dividida em classes, são trabalhadores, fazem parte da classe trabalhadora que sofre e adoece por conta das péssimas condições de vida e trabalho.

Para enfrentar a burguesia, que se farta com a exploração que produz miséria e morte à mulheres e homens pretos e brancos, a luta tem que ser da classe trabalhadora.

Greve dos trabalhadores de limpeza pública – Memphis (1968)

Greve dos trabalhadores da construção civil – África do Sul (2009)

Greve dos mineiros – África do Sul (2012)