Por Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná
Câmara dos Deputados aprova lei da privatização dos Correios
Os deputados federais deram mais um passo no sentido de privatização dos Correios e das demais estatais. Aprovaram, com alterações, o Projeto de Lei Suplementar (PLS) 555, que já havia sido aprovado no Senado. Por causa das alterações, essa proposta voltará para o Senado antes da sanção do presidente interino Michel Temer.
A proposta aprovada transforma todas as Estatais em Sociedade Anonima (S.A.) e exige a venda de, pelo menos, 25% das ações em até 10 anos. Porém, não podemos esquecer, que o Projeto de Lei 12.490/11, o mesmo que criou a CorreiosPar S.A., já permitia a venda total da empresa. Portanto, o projeto que vem sendo construído desde o governo Lula, passando pela Dilma e agora efetivado pelo interino Temer é da privatização total dos Correios.
A proposta de nova lei exige, também, o cumprimento de metas e resultados nas estatais. Como sabemos, essa prática produz, no dia a dia, o assédio moral das chefias, a intensificação do trabalho, aumento no número de agravos a saúde e piora nas condições de trabalho.
Correios criam um rombo falso para pressionar os trabalhadores a aceitar os ataques
Os Correios tentam passar a conta da crise para os trabalhadores e retirar direitos da categoria. É por esse motivo que a ECT tem divulgado que não há caixa para pagar salários a partir de setembro e que o rombo de 2015 teria sido de R$ 2,1 bilhões.
Porém, o que a empresa esconde é que toda a riqueza é produzida pelos trabalhadores. O prejuízo é fruto das decisões gerenciais da empresa, em especial, da privatização dos Correios.
Correios S.A. torna a ECT deficitária
Com o PLS 555, projeto de lei aprovado no senado e conhecido como Estatuto das Estatais, os Correios passam a ser uma empresa no regime de Sociedade Anônima (S.A.) e precisarão seguir a Lei das Sociedades por Ação para atender às normas internacionais de contabilidade. Para se adequar a elas, os Correios passaram a provisionar os valores referentes ao “Benefício Pós Emprego” (plano de saúde e previdência) de todos os funcionários.
Este provisionamento passou de R$899,404 milhões, em 2012, para a impressionante marca de R$8,313.181 BILHÕES em 2013. Foi por esse motivo que naquele ano a empresa apresentou prejuízo de R$300 milhões e R$900 milhões em 2014. A “reestruturação” tornou a empresa em deficitária do dia para a noite.
Esses sucessivos ataques começam com a Medida Provisória 532 (que se torna PL12.490/11), passam pelas alterações no estatuto da empresa e agora buscam aprovar no Congresso o Estatuto das Estatais (que no Senado era a PLS 555). Se esss medida for aprovada, bastará uma reunião de acionistas para vender a empresa ou parte dela. Desta forma, aqueles que querem a privatização da ECT poderão vender os Correios sem se expor ao desgaste com a população.
Para os trabalhadores mais arrocho e sobrecarga de trabalho
Com essas várias modificações propostas para a empresa, os trabalhadores já sentiram o aumento da sobrecarga de trabalho. Setores aumentando, dobras sendo institucionalizadas por meio da Distribuição Domiciliar Alternada (DDA), fechamento de agências, aumento do prazo de entrega, etc.
Além disso o arrocho salarial está nos planos da empresa. Ameaçam retirar o vale-peru, reduzir o adicional de férias, querem substituir aumento salarial por gratificação. Se isso não bastasse, ao que tudo indica, a empresa tentará arrochar nossos salários com reajustes abaixo da inflação.
E a retirada de direitos serguirá na lógica de facilitar a venda dos Correios. O plano de saúde da categoria é entendido como um entrave, por isso buscam precarizar seu funcionamento e implementar mensalidade a todo o custo.
Demissões e fim da estabilidade: esses são os planos da ECT
A estabilidade atual, que só permite demissões por justa causa, é garantida pelo fato da empresa ser estatal. Essa conquista está respaldada na Orientação Jurisprudencial (OJ) 247 do Supremo Tribunal Federal (STF), que entende que a ECT deve manter a estabilidade como contrapartida por ser equiparado a Fazenda Pública.
Com a privatização e abertura de capitais, essa conquista estará sob grande risco. Os Correios já abriram, recentemente, processos para reverter nossa estabilidade e não conseguiram êxito.
Com essas alterações nossos empregos certamente estarão em risco.
Só a luta pode barrar a retirada de direitos
Só uma forte campanha salarial nacional e unificada poderá barrar esses ataques aos direitos dos trabalhadores! Sabemos que esta será uma das campanhas salariais mais duras dos últimos anos. E é exatamente por isso devemos intensificar nossas mobilizações.
Por nenhum direito a menos. Avançar rumo a novas conquistas.
• Contra a transformação do Correios em Correios S.A.
• Contra a proposta de lei do Estatuto das Estatais
• Pela revogação das alterações estatutárias dos Correios que permitem a privatização
• Contra a criação da Correiospar S.A.
• Contra a proposta de lei do Estatuto das Estatais
• Pela revogação das alterações estatutárias dos Correios que permitem a privatização
• Contra a criação da Correiospar S.A.