TRABALHADORES MUNICIPAIS DE CAMPINAS SEGUEM EM GREVE. MAIS UMA CAMPANHA SALARIAL DE LUTA CONTRA A PRECARIZAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO NA CIDADE E CONTRA A PELEGADA QUE TENTA FREAR A LUTA DA CATEGORIA

Mais uma vez os servidores municipais de Campinas estão em movimento, em greve, na defesa de seus direitos. Diante do mesmo quadro de perdas salariais anuais que outros servidores, mas vindo de um longo processo de precarização e privatização dos serviços, com uma direção sindical (PSB/PCdoB) atrelada mais aos interesses governamentais do que às pautas da categoria, entramos em greve após uma assembleia massiva no dia 18 de maio.

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O movimento grevista iniciou sua mobilização no dia 23 de maio após a oitava mesa de negociação, na qual o governo do prefeito Jonas Donizete (PSB) ofereceu 0% de reajuste salarial, além de não ter cumprido com nenhum dos acordos das pautas específicas. Os trabalhadores reinvindicam 23% de reajuste (10,28% referente as perdas salariais de 2015 + 11,68 referente ao reajuste do salário mínimo em 2016 + 1,04% de aumento real).

As primeiras mesas de negociação já foram marcadas pela judicialização do processo de luta, pois a direção do sindicato levou a decisão para ser discutida pelo judiciário antes de mobilizar a categoria para as assembleias, como tem sido o costume desses pelegos nas campanhas salariais.

Cansados de serem tratados com tamanha negligência e revoltados com a “proposta” de 0% de reajuste, os trabalhadores do município começaram uma greve forte e reunidos no paço municipal, tem construído um comando unificado, mesmo sem o suporte da direção do sindicato. Os trabalhadores das UBS, dos Pronto Atendimentos e do Hospital Mário Gatti, que além de sofrer com o descaso e a precariedade no trabalho, tem denunciado o assédio moral que tem sofrido nos últimos dias por aderirem à greve e se mobilizarem com a categoria.

Nos dias 24 e 25 de maio, foram realizadas plenárias setoriais em que os trabalhadores tem organizado autonomamente suas propostas e fortalecido os comandos de greve, principalmente no hospital e no paço municipal.

No último dia 25 de maio, houve negociação seguida de assembleia. O governo municipal propôs 3% de reajuste em junho e 3% em setembro, com aumento de R$47,00 no vale alimentação. A categoria entendeu que essa proposta é uma afronta, uma tentativa de arrefecer o movimento e calar a boca dos trabalhadores que estão denunciando os inúmeros problemas causados pela má administração das verbas públicas em Campinas.

grevecampinas3A proposta foi rejeitada e a greve segue com força, com a perspectiva de realização de atos unificados com trabalhadores e estudantes da Unicamp, além de realização de aulas públicas sobre diversos temas, como Assédio Moral e Retirada de Direitos dos Trabalhadores.

No feriado, dando continuidade ao movimento, os servidores se auto organizaram e sem o apoio dos pelegos da atual direção sindical, estiveram no Hospital Mário Gatti realizando diversas atividades, de modo a fortalecer a greve, desenvolvendo oficinas de cartazes, aulas públicas e rodas de conversas sobre diversos temas construídos coletivamente com os trabalhadores do hospital.

No dia 31 de maio, a greve deu uma enorme demonstração de força com uma grande passeata que saiu do Mario Gatti em direção ao paço.

E hoje, 01 de junho não foi diferente, os trabalhadores organizaram várias atividades, entre elas um debate de conjuntura que abordou os ataques que o conjunto dos trabalhadores estão sofrendo com as propostas de mudança na legislação trabalhista e uma grande passeanta pelas ruas de Campinas.

 

Reforçar a solidariedade aos nossos companheiros trabalhadores do município de Campinas!

Os trabalhadores seguem na luta por um serviço público de qualidade, com servidor valorizado, com condições de trabalho adequadas!

E também em luta, construindo a resistência e a defesa dos direitos a partir de cada escola, unidade de saúde, ou seja, cada local de trabalho, para que o Sindicato volte a ser dos trabalhadores e não amigo do patrão.