Trabalhadores dos Correios reunidos nacionalmente discutem golpe do PT para privatizar os Correios

Um dos principais assuntos debatido no Conselho de Representantes (Conrep) da Fentect é a criação da Correiospar e quais as possíveis consequências disso para nós, trabalhadores.

A Correiospar foi criada no começo deste mês e tem capital 100% dos Correios, mas, diferente da estatal, é uma empresa privada. A criação desta empresa, que na prática é o começo da privatização dos Correios, só foi possível devido ao projeto da MP 532 de 2008 e a lei 12.490/11, feita a partir da medida provisória. O projeto foi criticado por alguns setores do sindicalismo na época, mas pouco combatido pelos setores cutistas, já que foi proposto pelo Senhor Lula e depois a lei sancionada pela própria Dilma.

Esta lei permite expressamente a estatal criar empresas subsidiárias e adquirir controle ou participação acionária em sociedades empresariais já estabelecidas. Desta forma, os Correios deixa de ser somente pública, para poder ter capital misto a partir de sociedade com outras empresas além de poder ser proprietária de empresas privadas, como foi a criação da CorreiosPar.

Esta empresa e suas subsidiárias, que já estão sendo criadas, vão poder gerenciar, de acordo com esta lei, os seguintes serviços postais dos Correios: logística integrada, financeiros e eletrônicos. Desta forma, se abre precedente para que todo o serviço de encomendas, hoje representado pelo SEDEX, seja transferido para a nova empresa. Ou seja, os serviços dos Correios que dão lucro atualmente serão transferidos aos setores privados e para a lógica do capital. O único serviço que é proibido a estas outras empresas gerenciar, pelo monopólio dos Correios, é na entrega de cartas.

Para analisar a Correiospar e esta possível transferência das encomendas para outras empresas, podemos usar o exemplo das entregas de cartas e correspondências dos Estados Unidos, enquanto a FEDEX e UPS (United Postal Service), atingem altos lucros, a USPS (United States Postal Service), estatal que só entrega cartas, está quebrada. Este deve ser o mesmo destino preparado pelo PT na gerência do Estado brasileiro, enquanto os Correios mantêm o monopólio de cartas, os capitalistas assumem os demais setores em livre concorrência.

Texto feito com base no texto “CorreiosPar: a mais nova estrategia de privatização dos Correios movida pelo PT”. Para uma análise mais detida da Correiospar, leia o texto construído pelo Sintcom-PR em conjunto com o Sintect-MT, Sintect-CAS e a Intersindical Ecetista aqui.