DEMISSÃO DO MINISTRO DA EDUCAÇÃO É POUCO

O ministro-pastor de Bolsonaro no Ministério da Educação Milton Ribeiro foi pego em flagrante num áudio em que afirma que a prioridade de suas funções era liberar verbas para os pastores amigos do ainda presidente, entre eles Gilmar Santos e Arilton Moura.

Negociatas em almoços em Brasília envolvendo prefeitos de cidades do centro-oeste e norte do país, compra de bíblias com as fotos do ministro e dos amigos pastores do presidente com verba pública escancaram mais do que a corrupção intrínseca a esse governo, o crime contra a educação pública que atingem diretamente a classe trabalhadora e seus filhos.

Enquanto faltam creches para os filhos da classe trabalhadora, enquanto a política educacional é sucateada com cortes de investimentos, piora das condições de trabalho e mais dificuldade de acesso das crianças e adolescentes às escolas aos jovens às universidades públicas, o governo transforma o MEC num curral para seus interesses eleitorais e na extensão dos interesses daqueles que se utilizam da fé alheia para seus interesses particulares.

Durante os momentos mais graves da pandemia, enquanto Bolsonaro negava a gravidade da doença e combatia as vacinas, ao mesmo tempo e com sua conivência nos corredores do Ministério da Saúde se atrasavam os protocolos para compra de vacinas já autorizadas pelos órgãos de vigilância sanitária e se negociava a compra de vacinas não autorizadas.

Agora no MEC vemos mais desprezo pela vida. Para o governo Bolsonaro, a Educação tem que ser destinada a impor o adestramento e a alienação da classe trabalhadora e de seus filhos, por isso sempre combateu as disciplinas que proporcionam a apropriação do conhecimento da história e do estudo sem mordaça que potencializam o avanço da consciência.

Verbas públicas que deveriam ser destinadas a garantir as políticas integrais para a educação desde a primeira infância até o ensino superior foram desviadas para os interesses privados daqueles que servem ao Capital e ao seu governo de plantão para impor mais alienação a quem é vítima das consequências desse sistema que produz mais miséria.

Só a demissão do ministro é pouco, é preciso pôr fim a esse governo genocida que além de ser mais um governo chafurdado na lama da corrupção ataca direitos, serviços públicos e vidas.